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"Babilônia": confira 16 curiosidades sobre o filme

Por Vanessa Delfino

Em entrevista recente, o diretor Damien Chazelle disse que é bom que o filme "Babilônia" (2022) esteja dividindo opiniões e, aqui, sabemos que, de fato, a obra não é para todos os públicos, já que ela também pode chocar por conta de cenas bem explícitas - a expressão "dedo no cu e gritaria" define - e pode trazer o seguinte questionamento: aquilo tudo realmente aconteceu? Hollywood era aquela loucura toda?

A crítica em geral não tem sido muito favorável ao filme e um dos principais motivos alegados é que ele traz um retrato muito exagerado e infiel sobre a Velha Hollywood. Porém, eu, como amante do cinema desde a minha adolescência que sempre leu muito sobre o assunto, sei que o filme é um conjunto de referências históricas muito bem costuradas ao longo de três horas. E aqui venho responder algumas perguntas que podem ter surgido ao assistir à "Babilônia" e trazer algumas curiosidades.

1 - Nellie LaRoy (Margot Robbie) é baseada na atriz Clara Bow.

Na verdade a personagem é um amálgama de várias atrizes do cinema mudo, como Jeanne Eagels, Joan Crawford, Alma Rubens e Thelma Todd, mas a maior referência é, sem dúvida, Clara Bow, que se tornou a própria personificação dos "loucos anos 1920". Assim como Nellie, Clara nasceu pobre e tinha uma mãe psicótica, que inclusive tentou matá-la durante um surto e logo após foi internada. O pai vivia desempregado e constantemente se metia em negócios falidos, porém foi ele quem mais incentivou a filha na carreira como atriz que, para Clara, era uma forma de escapar da dura realidade. Não demorou muito para que ela ficasse famosa com sua forma natural de atuar (sem as afetações típicas da época), versatilidade e personalidade livre, alegre e independente. Clara era o retrato da mulher moderna da época, com seus cabelos curtos, meio bagunçados e sempre sorridente. Era capa frequente de revistas e estava sempre nos noticiários com suas entrevistas nas quais falava abertamente sobre os vários namorados que tinha (ou sobre os homens com os quais simplesmente ficava), as noitadas jogando e foi apelidada de "it girl" após estrelar o filme "It", que em português recebeu o título de "O não sei quê das mulheres" (1927)

Essa referência à atriz ajuda a entender o porquê de Nellie ter o visual que tem, meio oitentista, com os cabelos loiros desgrenhados e o estilo da dança: foi uma forma de Chazelle indicar que ela estava muito à frente do tempo, assim como Clara estava, se destacando facilmente.

Fotocolagem comparativa entre Nellie LaRoy e Clara Bow. À esquerda, foto colorida de Margot Robbie como Nellie LaRoy em cena do filme. Ela é branca, loira de cabelo cacheado, olhos azuis e sorri sentada em uma mesa de madeira ao lado de um telefone. Usa camisa branca sem mangas, gravata verde, saia verde plissada até os joelhos com suspensórios e sapatos de salto branco, marrom na ponta e nos saltos. Está com o dedo indicador da mão direita no queixo e a mão esquerda apoiada na mesa. À direita está a foto em preto-e-branco de Clara Bow, em pé. Ela é branca, tem cabelo escuro, curto e ondulado. Sorri com as mãos atrás da nuca e o corpo ligeiramente virado para a direita. As roupas que ela usa são iguais às de Nellie LaRoy.
Margot Robbie como Nellie LaRoy usando uma roupa semelhante à de Clara Bow no filme "Garotas em Farra".

Nellie também tem como referência 
- Jeanne Eagels, outra estrela do cinema mudo que mentiu sobre suas origens para subir mais rápido na carreira e que abusava de álcool e drogas, tendo morrido de overdose de heroína aos 39 anos, em 1929;
- Alma Rubens, uma grande atriz do cinema cuja carreira foi ladeira abaixo devido ao vício em cocaína e que morreu de pneumonia aos 33 anos, em 1931.
- Thelma Todd, que tinha ligações com a máfia e foi achada morta por envenenamento dentro de um carro aos 29 anos, em 1935. A morte dela permanece um mistério.

2 - Que história é essa de gelo nos mamilos?

Em vários momentos do filme Nellie aparece com os mamilos rígidos e quem fazia isso era a atriz Jean Harlow, a ícone loira platinada dos anos 30 e que inspirou Marilyn Monroe. Jean tinha por prática usar os figurinos sem sutiã e sem calcinha e colocava gelo nos mamilos para parecer mais sexy.

Foto em preto-e-branco da atriz Jean Harlow com os mamilos em destaque. Ela está em pé, tem cabelo loiro e olha para algo fora de vista à esquerda. Usa um vestido decotado semitransparente, através do qual se veem os mamilos dela.
Jean Harlow

3 - Haviam mulheres na direção no cinema mudo?

Sim. No filme, Ruth Adler (Olivia Hamilton) ganha destaque como a diretora preferida de Nellie LaRoy e durante os primórdios do cinema de fato havia muitas mulheres não só na direção, mas no roteiro e na montagem também. Contudo, conforme o sistema de estúdio foi ganhando espaço, os homens também foram ocupando mais e mais espaço. Hoje, infelizmente, muitos desses filmes dirigidos por mulheres se perderam e o que resta são apenas fragmentos ou menções em notícias da época. 

Mas, voltando à Ruth, ela foi inspirada em Dorothy Arzner, que inventou o microfone boom ao pendurar um microfone na ponta de uma vara de pescar para que Clara Bow pudesse se sentir mais confortável ao gravar suas cenas faladas no filme "Garotas na Farra" (1929), da Paramount Pictures. Esse fato reproduzido na cena do filme em que Nellie precisa repetir sua entrada inúmeras vezes.

4 - As festas regadas à orgia eram comuns?

Sim. Os astros e estrelas de Hollywood viviam fazendo festas em suas mansões, que eram palco de orgias, drogas, muita música e várias violações ao que hoje chamamos de direitos humanos. Foram essas festas e as loucuras que aconteciam nelas que colaboraram para Hollywood ganhar fama de "cidade do pecado", de "depravada" e que pais tivessem verdadeiro horror a que seus filhos quisessem sequer chegar perto dali para tentar carreira no cinema. Mas, apesar da parte animada, como os astros e estrelas se divertindo e dançando até o amanhecer (Joan Crawford era famosa por estar sempre nessas festas dançando loucamente), tinha a parte extremamente problemática, como casos de estupros, overdoses e até mortes.

5 - Mortes? Quem morreu nessas festas?

Logo no prólogo de "Babilônia" uma mulher dança sensualmente e faz xixi na barriga e no rosto de um homem bem gordo deitado nu no chão. Pouco depois esse homem surge chorando com a mulher morta nos braços. Essa cena é referência a um dos grandes astros do cinema mudo, o comediante Roscoe "Fatty" Arbuckle (conhecido como "Chico Bóia" aqui no Brasil") que foi acusado de ter estuprado e matado uma aspirante a atriz, Virginia Rappe. Na verdade, o que aconteceu foi que a mulher já estava doente, com uma infecção nos rins e, ao beber demais numa festa, passou mal e convulsionou. Roscoe tentou ajudá-la e um médico deu morfina para a mulher, achando que o mal-estar dela era só resultado de bebedeira. Com isso, Virginia não foi levada ao hospital, a não ser dois dias depois ao ter piorado e vindo a falecer. Nesse período em que ela ficou internada, uma amiga acusou Roscoe de ter estuprado e matado a aspirante a atriz. Três julgamentos ocorreram e o ator acabou sendo inocentado, porém, o escândalo foi tamanho que seus filmes saíram de circulação, a ponto de muitos terem se perdido até hoje, o casamento dele acabou, ele foi ameaçado de morte, perdeu a mansão e nunca mais conseguiu recuperar a carreira, tendo morrido de ataque cardíaco em 1933, aos 46 anos, quando tentava voltar às telas.

6 - E por falar em fofoca: quem era Elinor St. John (Jean Smart)?

Ninguém, porque ela nunca existiu. Mas ela foi baseada em duas colunistas de Hollywood, Louella Parsons e Elinor Glyn que, assim como a Elinor do filme, frequentavam as festas e causavam medo por causa de todas as informações que elas publicavam nas revistas e jornais. Louella era a pior das duas, sendo conhecida como "a rainha da fofoca" por não deixar nada de fora: casos extraconjugais, promiscuidade, problemas com drogas, doenças, relações homossexuais (como a homossexualidade era condenada na época, insinuar ou dizer mesmo que um ator ou atriz era homossexual podia ser um verdadeiro escândalo e elas usavam essa informação para destruir a carreira de alguém de quem elas não gostavam). O poder de ambas era tão grande que um ator ou atriz só conseguia ter sucesso se elas fossem com a cara, caso contrário, a pessoa não tinha chance em Hollywood. 

7 - Atores homossexuais viviam juntos livremente?

Mais ou menos. Em um determinado momento da história no filme, Nellie e Lady Fay (Li Jun Li) iniciam um caso. Muitos em Hollywood eram homossexuais ou bissexuais e viviam sua sexualidade de forma aberta. Porém, a imagem pública deles tinham que corresponder a algum estereótipo de masculinidade ou de feminilidade. Então, no privado e entre eles, viviam do jeito que queriam, mas em público precisavam se encaixar. 

8 - Mudança de imagem era comum?

Mais do que hoje em dia. Os estúdios criavam um perfil para o ator ou atriz e os moldavam, criando papeis para eles que se encaixassem naquele perfil para que eles continuassem tendo apelo junto ao público - e os estúdios continuassem ganhando dinheiro em cima deles. Isso é representado no momento da transformação de Nellie para uma mulher elegante, o que não dá certo.

9 - Os atores e atrizes se envolviam em casos de morte?

Sim. Isso era até mais comum antigamente. Houveram muitos casos de atores assassinados (um deles, o Desmond Taylor em 1922, está sem solução até hoje) e outros que se suicidavam, como Jack Conrad (Brad Pitt) faz. Além disso, muitos atores do cinema mudo não conseguiram fazer a transição para o cinema falado e se afundavam ao não conseguirem lidar com o fracasso.

10 - "O Cantor de Jazz" foi o primeiro filme falado?

Sim, em parte. Em 1926, a Warner Bros. lançou o filme "Don Juan" com trilha sonora sincronizada e, em 1927, ela lançou "O Cantor de Jazz", com diálogo sincronizado. A última cena do filme é a que aparece em Babilônia. Hoje em dia, o filme é tanto um marco pela inovação (ganhou um Oscar especial pela inovação), mas é também polêmico pelo uso do blackface: o ator Al Jolson pinta o rosto de preto em alguns momentos do filme para imitar um homem negro.

Foto em preto-e-branco de uma multidão em frente a um cinema. Centenas de pessoas posam na entrada do cinema, no qual há uma placa na parte superior em que se lê: "Warners' Theatre". Acima da placa, colado em uma parede, há um cartaz do filme com a foto de Al Jolson de blackface e com o seguinte texto à direita: "AL JOLSON IN THE JAZZ SINGER" ("AL JOLSON EM O CANTOR DE JAZZ"). Abaixo do título estão os horários e preços das sessões.
Multidão em frente ao cinema da Warner na exibição do filme "O Cantor de Jazz" (1927). 


11 - Falando nisso, o blackface acontecia também com atores negros?

Essa eu confesso que não sabia, mas sim. A cena em que Sidney Palmer (Jovan Adepo), que é negro, precisa passar carvão no rosto para ficar com o mesmo tom de pele dos outros músicos, foi baseada num episódio que aconteceu, na verdade, com a atriz Fredi Washington. Embora negra, ela tinha a pele clara o suficiente para se passar por branca, ainda mais em filmes em preto-e-branco. Em "O Imperador Jones" (1933), ela contracenava com o ator Paul Robeson, também negro só que de pele mais escura e, na câmera, parecia que eles eram um casal inter-racial. Como nos EUA vigorava a Lei da Segregação Racial que, dentre outras coisas, punia com cadeia brancos e negros que se relacionassem, ela precisou pintar o rosto de preto, para que o público visse que ela era negra também. Esse foi um dos fatos que levou levou Fredi a se tornar uma importante ativista pelos direitos civis dos negros americanos, lutando pelo fim dos estereótipos na arte e por melhores papeis para atores negros.


Foto em preto-e-branco da atriz negra Fredi Washington. Ela tem a pele clara, rosto oval, cabelo curto cacheado partido ao meio, olhos verdes, nariz ligeiramente largo e lábios grossos. Sorri. (A foto dela é o desespero da audiodescrição! Hahahahaha. Olhando para a foto eu diria que ela é branca, sem nem pestanejar, só sei que ela é negra porque ela sempre se definiu como tal e porque segundo os critérios de raça e etnia dos EUA ela se enquadra como negra por ter pais negros, embora ela também tivesse ascendência europeia).
A atriz negra Fredi Washington


12 - Haviam filmes com músicos negros?

Sim. Muitos curtas foram produzidos com músicos negros no início do cinema falado. Duke Ellington e sua banda era o que mais aparecia nesses curtas, geralmente produzidos por cineastas negros independentes.

Foto em preto-e-branco do músico negro de jazz Duke Ellington e sua orquestra com mais quatro músicos, todos negros. Eles estão no fundo da foto e seis dançarinas brancas com fantasias estão na frente.
Duke Ellington e sua orquestra em cena do curta "Black and Tan" (1929). Assim como em "Babilônia" os músicos negros passam metade do filme sendo vistos apenas de fundo, para só depois um deles ganhar destaque, nos curtas da década de 1920 protagonizados por músicos negros, eles também apareciam apenas no fundo, com as dançarinas - brancas - na frente.

13 - Jack Conrad existiu?

Não. Contudo, ele foi baseado em um grande astro do cinema mudo, John Gilbert, um dos maiores galãs da época. Ou seja, a escolha de Brad Pitt não foi à toa. Assim como Jack, John fez inúmeros filmes, sempre com um romance no meio, casou várias vezes, era alcoolista (tanto que morreu por complicações do alcoolismo) e também não conseguiu fazer a transição para o cinema falado, embora fosse um dos atores mais queridos do cinema em um determinado momento. Um ponto curioso é que a última entrevista que Conrad dá para Elinor St. John é baseada em uma última entrevista que Gilbert deu para Elinor Glyn, colunista e roteirista, porém, ao contrário do que ela diz sobre ele se tornar eterno e conhecido por pessoas que ainda nem nasceram, Gilbert hoje é pouquíssimo lembrado, a não ser por estudiosos do cinema.

Fotocolagem de Jack Conrad e do ator John Gilbert. Ambos são brancos, têm cabelo preto liso penteado para trás e um fino bigode. Eles usam uma blusa de lã com gola alta. A foto de cima é a de Jack, colorida. Ele está de óculos escuros. A de baixo é a de John, em preto-e-branco, olhando para a esquerda.
Brad Pitt como Jack Conrad e o ator do cinema mudo John Gilbert. 


14 - Manuel Torres (Diego Calva) existiu?

Não, mas ele foi baseado em René Cardona, um ator e diretor cubano que trabalhou como assistente em Hollywood até se mudar para o México, onde se tornou referência na Era de Ouro do Cinema Mexicano.

15 - Lady Fay Zhu (Li Jun Li) existiu?

Não, porém ela foi baseada em duas atrizes: Anna May Wong e Marlene Dietrich. Anna May Wong foi uma atriz de origem chinesa do cinema mudo, mas que foi descartada quando o cinema passou a ser falado e que, embora, uma ótima atriz, perdeu papéis por causa da origem, principalmente em filmes românticos, pois a Lei da Segregação Racial impedia que atores de diferentes etnias formassem um par romântico na tela, mesmo ela tendo a pele branca. E, assim como o blackface, o yellowface também era comum e alguns atores chegaram a ganhar Oscar ao fazerem papeis em que usavam maquiagem para parecer de origem asiática. Outra semelhança é que Lady Fay recebe um convite para atuar na França pela Pathé e Anna May também se mudou para a França e atuou lá por um tempo, mas depois voltou à Hollywood.

Foto em preto-e-branco de Anna May Wong sentado em um puff. Ela é branca, de cabelo preto com franja, preso atrás e tem olhos puxados. Usa um vestido longo e justo de mangas curtas e está com um leque na mão direita cobrindo o lado direito do rosto dela.
Anna May Wong

A outra referência de Lady Fay é Marlene Dietrich, atriz alemã sex symbol da década de 1930. Ela também era cantora e, no filme "Marrocos" (1930) apareceu de cartola, smoking e beijava uma mulher na boca, assim como Lady Fay na cena de abertura em "Babilônia". Foi um escândalo na época, mas ajudou a consolidar a imagem de mulher livre e independente que Marlene cultuou.

          Cena em preto-e-branco do filme "Marrocos" (1930), na qual a atriz Marlene Dietrich usa cartola e smoking e beija outra mulher na boca.


16 - Algum dos personagens existiu?

Sim! Irving Thalberg, que aparece em poucas cenas de "Babilônia" como um executivo da MGM foi, de fato, um executivo da MGM, conhecido como "menino prodígio", pois muitos de seus grandes feitos se deram antes mesmo dele completar 30 anos. Ele é referência até hoje em se tratando de excelência na produção, sendo famoso por não ter limites ao gastar o dinheiro que fosse necessário para fazer o filme perfeito. Outra característica marcante dele era o fato de ter por costume exibir um filme em corte bruto e, a partir da reação do público, alterar o que precisasse. Com isso, os filmes produzidos por ele eram todos grandes sucessos de crítica e de público e a MGM foi alçada ao maior estúdio do mundo, com "mais estrelas que o céu" (slogan da MGM), uma solidez enorme que permitiu a ela passar intacta pela Grande Depressão, tudo graças a Thalberg. Pela contribuição prestada ao cinema, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas criou um prêmio especial em homenagem a ele, entregue a todos os produtores de excelência.

Outro personagem que também existiu foi William Randolph Hearst, o magnata da imprensa  que serviu de inspiração para o filme "Cidadão Kane" (1941), filme que, aliás, Hearst tentou boicotar com a ajuda de Louella Parsons, que trabalhava para os jornais dele. Na época um fracasso, hoje o filme é considerado à frente de seu tempo, um dos melhores do cinema.

E aí, gostou? Tem mais alguma curiosidade que gostaria de saber? Diz aí nos comentários!

Vanessa Delfino é tradutora e cocriadora do Domínio Acessível. Atua como audiodescritora roteirista para empresas como ETC. Filmes, Lexx, Little Brown Mouse, All Dub Estúdio e também faz audiodescrito de eventos ao vivo, como shows e palestras. Cinéfila e amante das artes em geral, principalmente literatura e música, Vanessa também escreve sobre curiosidades do mundo cinematográfico.

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