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Mostrando postagens de novembro, 2022

Crítica | “Wandinha” (1ª temporada)

Por Lucas Borba Em uma época na qual as discussões acerca da reparação para grupos historicamente discriminados e perseguidos reacendeu a todo vapor, é sempre ótimo quando uma produção que promete dar protagonismo aos chamados “desajustados” e com potencial para conversar com um grande público é anunciada. Foi o caso de Wandinha, baseada no icônico universo de A Família Addams, cujas histórias em quadrinhos originais já renderam adaptações para o cinema e para a TV que permeiam gerações. A releitura da Netflix atualiza os exóticos personagens para tempos de TikTok e concentra a narrativa principalmente em um dos membros da família, a adolescente Wandinha (Wednesday, no original, interpretada pela excelente Jenna Ortega). Na trama, acompanhamos as aventuras da protagonista, que, depois de ser expulsa da última escola em que estudava, é enviada pelos pais para a Academia Nunca Mais (Nevermore, no original), na qual também foram alunos durante a adolescência. Lá, além de tentar – ou n

Crítica | “1899” (1ª temporada)

Por Lucas Borba Importante: Confira, inicialmente, as minhas primeiras impressões a partir da prévia que recebi da Netflix, com os seis primeiros episódios da temporada, e, por fim, a atualização deste post com meu veredito final quanto ao ano inaugural da série após assistir aos dois episódios finais na data oficial de estreia da produção – a saber, hoje, 17 de novembro. A Netflix me concedeu acesso antecipado aos seis primeiros episódios dos oito que compõem a primeira temporada de 1899, a nova produção dos criadores de Dark, o casal Baran bo Odar e Jantje Friese. Como sou um jornalista com deficiência visual, fiquei ainda mais animado ao verificar que a série conta com o recurso de audiodescrição, esse serviço de acessibilidade comunicacional tão importante que, por meio de uma narrativa em off, descreve os elementos visuais da obra. Dito isso, antes de tudo deixo aqui minha profunda gratidão à Netflix pelo acesso à prévia e parabenizo o streaming por investir na acessibilidade,

Crítica | “A mulher rei” (2022)

Por Lucas Borba Toda narrativa audiovisual que reconstitui eventos reais, ou mesmo que meramente baseada em tal gênero de eventos, é delicada. Tomando-se a responsabilidade envolvida como um pressuposto – o que nem sempre ocorre -, é necessário levar em conta aspectos como o impacto que determinada liberdade criativa pode gerar – seja no público, em pessoas reais implicadas no caso ou em um segmento da sociedade -, a qualidade da apuração acerca dos fatos realmente ocorridos e o quanto é pertinente deixar claro, ao longo da narrativa, o que é ou não é ficção. Desses aspectos, talvez o maior “problema” - se é que podemos chamar assim – de “A mulher rei” seja o de nem sempre marcar tão bem essa linha entre o fantástico e o histórico, o que não diminui em absoluto as suas qualidades. No longa, acompanhamos Nanisca (Viola Davis), uma comandante fictícia de um exército que realmente existiu no Reino de Daomé, um dos locais mais poderosos da África entre os séculos XVII e XIX. Durante o

Crítica | “O clube da meia-noite” – 1ª temporada

Por Lucas Borba Mike Flanagan já se tornou um criador de destaque no catálogo da Netflix com suas obras de terror, a começar pelo bastante elogiado “Hush: A Morte Ouve” (2016). Em “O clube da meia-noite”, ele adapta o livro infanto-juvenil de Christopher Pike, tendo a primeira temporada 10 episódios com cerca de uma hora cada. Ao assistir à série, foi impossível não lembrar de “Clube do terror”, série que marcou os anos 1990 e que, no Brasil, era transmitida pela Nickelodeon e pela RecordTV. Tal semelhança, porém, termina no fato de um grupo de jovens se reunir de madrugada para contar histórias de terror. No mais, a narrativa da série desenvolve uma trama principal em paralelo, trama essa na qual residem os problemas da produção, problemas em parte ocasionados, inclusive, na busca pelo diálogo entre a trama central e as referidas histórias de terror. Na série, sete jovens com doenças terminais passam os últimos dias de vida no hospício Rotterdam Home. A casa é administrada por u